quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Celso Vasconcelos: Planejamento – Avaliação da aprendizagem: Práxis da mudança (2003).

Planejamento – Avaliação da aprendizagem: Práxis da mudança (2003).
Celso Vasconcelos

O problema da avaliação percebido a partir da década de 60 apontou:
- os enormes estragos da prática classificatória e excludente:
- elevados índices de reprovação e evasão,
- baixa qualidade da educação, tanto na apropriação do conhecimento como na formação de uma cidadania ativa e crítica.

O professor, em geral:

- espera sugestões, propostas, orientações.
- muitos gostariam até de algumas receitas
- o ideário tem muita força na prática avaliativa da escola
- o currículo oculto, tradição pedagógica disseminada em costumes, rituais, discursos,
- formas de organização, que determinam mais a prática do que os infindáveis discursos teóricos já feitos.

Para haver mudança é preciso:

- Compromisso com uma causa, que pede:
reflexão,
- elaboração teórica
- disposição afetiva, o querer.
- Contribuir para uma práxis transformadora – Interiorizar a mudança.
- È preciso mudanças na prática do professor.
- Qualquer inovação, antes de existir na realidade, configura-se na imaginação do sujeito. (Interiorizar a mudança).
- O acompanhamento das mudanças da avaliação em escolas e redes de ensino deve ter como princípios:
- Vale mais a mudança de intenção do que a dos métodos.
- A mudança da avaliação (conteúdo, forma, relações) sem a mudança na intencionalidade não tem levado a alterações mais substanciais
- A mudança na intencionalidade da avaliação, num primeiro momento, tem possibilitado avanços significativos do trabalho.
A mudança na intencionalidade, levará à Intervenção na realidade a fim de transformá-la.

“O professor não pode desistir do aluno, porque segundo Perrenoud, todos os alunos aprendem alguma coisa, uns mais, outros menos, mais todos estão sempre aprendendo.”

Para mudar sua proposta de trabalho, o professor precisa saber:

- O que o aluno precisa aprender (para definir o que ensinar).
- Como o aluno conhece (para saber como ensinar).
- O que está ensinando é relevante?
- Em que medida está se ensinando de forma adequada.
- Responder à pergunta – O que vale a pena ensinar?

Hoje, não realizar uma aprendizagem significativa ,indica a reprodução do sistema de alienação da organização social, na medida em que colabora para a formação de sujeitos passivos, acríticos, (aula / avaliação de perguntas e respostas prontas).

Mas, afinal, o que colocar no lugar da pressão da nota?
Duas perspectivas fundamentais:
- o sentido para o estudo, para o trabalho pedagógico e a forma adequada de trabalho em sala de aula.
- poder de o professor estar centrado na proposta pedagógica e não mais na nota.
- o resgate da significação do estudo e dos conteúdos,
- a busca de uma metodologia participativa em sala, para que não se precise da nota para controlar os alunos,
- ganhar o aluno pela proposta pedagógica e não pela muleta das ameaças,
- através de novas atividades, professores e alunos redescobrirem o gosto pelo conhecimento que vem da compreensão, do entendimento, da percepção do aumento da capacidade de intervir no mundo.

Uma queixa recorrente entre os educadores diz respeito a carga horária das disciplinas.
Muitas vezes ouve-se a pergunta:

Como posso conhecer melhor, os alunos, se pouco convivo com eles?
O que se espera é uma adequação da carga horária à proposta de ensino – para quem não sabe o que quer, solicitar um aumento de aulas semanais sugere mais oportunismo corporativo do que zelo pedagógico.


O individualismo está muito enraizado. È preciso, trabalhar no coletivo.

– É importante a participação do professor no processo de mudança na sua condição de sujeito (não de objeto), caminhando de uma prática imitativa (cultura da reprovação) ou reativa (mera aprovação) à práxis transformadora (ensino de qualidade democrática para todos).

Ely

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