sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Perrenoud, Fhillipe Dez novas Competências para Ensinar: convite à Viagem

Perrenoud, Fhillipe.
Dez novas Competências para ensinar: convite à Viagem

Neste livro, Perrenoud aborda o oficio de professor, considerando temas como: a prática reflexiva, a profissionalização docente, o trabalho em equipe, projetos, a autonomia e responsabilidade crescentes, pedagogias diferenciadas, centralizadas em dispositivos e em situações de aprendizagem, todas direcionadas em disposistivos e em situações de aprendizagem, todas direcionadas à sensibilização, ao saber. Faz-se a propósta de uma maneira mais concreta, através de um inventario das Competências que possam contruir para delinear um roteiro da atividade docente. O autor toma como guia um referencial de competência adotado em Genebra, em 1996, para formação continua. São 50 enunciados, reagrupados em 10 famílias de Competências para uma reflexão das competências profissionais, privilegiando aquelas que emergem atualmente, ou seja, propostas para uma futura representação desejavel do oficio de professor.
Tal reflexão se faz necessária ao se considerar o momento de transição e de crise das finanças públicas, bem como das finalidades da escola. Assim, tendo em vista a variedade de caminhos e a dificuldade de consenso, coloca que o professor, no minimo, deve dominar os saberes a serem ensinados, ser capaz de dar aulas, de administrar uma turma e de avaliar. Ressalta, todavia, a urgência de novas competências (ligadas ao trabalho com outros profissionais ou à evolução das didáticas) ou para o reforço de competências reconhecidas, como: heterogeneidade e evolução de programas, traduzindo-se hoje em falares corresntes de tratamento das diferenças, avaliação formativa, situações didáticas, prática reflexiva, metacognição.
Estas necessidades tornam-se marcantes devido ao fato das sociedades se transformarem, fazerem-se e desfazerem-se. As tecnologias mudam o trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e mesmo o pensamento. As desigualdades deslocam-se, agravam-se e recriam-se em novos territórios. Os atores estão ligados a múltiplos campos sociais, a modernidade não permite a ninguém se proteger das contradições do mundo.
Desta maneira, um dos caminhos apontados por Perrenoud seria e de reforçar a preparação docente para uma prática reflexiva, para a inovação e a cooperação, favorecendo uma relação menos temerosa e individualista com a sociedade. Se os professores não chegarem a ser os intelectuais, no sentido estrito do termo, serão ao menos os mediadores e intérpretes ativos das culturas, dos valores e do saber em transformações. Se não se perceberem como depositários da tradição ou precursores do futuro, não saberão desempenhar esse papel por si mesmos.
Além de argumentar sobre a questão da formação profissional do professor, Perrenoud indica alguns eixos para uma renovação escolar, tais como:
• individualizar e diversificar os percursos de formação;
• Introduzir ciclos de aprendizagem;
• Diferenciar a pedagogia;
• Direcionar-se para uma avaliação mais formativa do que normativa;
• Conduzir projetos de estabelecimentos;
• Desenvolver o trabalho em equipe docente e responsabilizar-se coletivamente pelos alunos;
• Colocar a criança no centro da ação pedagogica;
• Recorrer aos métodos ativos;
• Recorrer aos procedimentos de projetos;
• Recorrer ao trabalho por problemas abertos e por situações-problemas;
• Desenvolver as competências e a transferência de conhecimentos;
• Educar para a cidadania.
Para a concretização de tais itens, o autor propõe a apreensão
do movimento da profissão, através das 10 grandes famílias de competências:
1 - Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2 – Administrar a progressão de aprendizagem;
3 – Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4 – Envolver o aluno em sua aprendizagem e em seu trabalho;
5 – trabalhar em equipe;
6 – Participar da administração da escola;
7 – Informar e envolver os pais
8 – Utilizar novas tecnologias;
9 – Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10 – Administrar sua própria formação continua.
Para um esclarecimento, Perrenoud coloca que, em vários paises, há a tedência de se orientar o curriculo para a construção de competências desde a escola fundamental; dessta maneira, ele desegna como competência a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para enfrentar, solucionar uma série de situações. Tal definição aponta quatro aspectos:
1 – As competências não são saberes em si mesmas, mas mobillizam recursos.
2 – Essa mobilização só possui sentido numa dada situação, sendo cada situação singular.
3 – O exercício da competência passa por operações mentais complexas, esquemas de pensamento que permitem (de modo mais ou menos consciente e rapidamente) realizar (de modo mais ou menos eficaz) uma ação relativa à situação
4 – As competências constróem-se em formação, e mais ainda, por uma situação de trabalho à outra.
Ao se traçarem tais competências, o autor deixa claro que se trata mais de um convite para uma viagem, entendida como um debate e reflexão do oficio docente, bem como das práticas, no intuito de se orientarem as formações iniciais e continuas, aquelas que contribuem para a luta contra o fracasso escolar e desenvolvem a cidadania, aquelas que recorrem à pesquisa e enfatizam a prática reflexiva.
A paartir de algumas colocações teóricas, Perrenoud passa a explanar cada uma das dez competências em seus 50 enuciados, das quais se destacam aqui apenas os tópicos mais importantes:
1 – Oorganização e dirigir situações de aprendizagem:
a) Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem. Utilizar-se dos três estágios de ensino:
- do planejamento didático, não para ditar situações de aprendizagem própria a cada objetivo, mas para identificar os objetivos trabalhados nas situações em questão, de modo a escolhê-los e dirigi-los com conhecimento de causa;
- da análise a posteriori das situações e das atividades, quando se trata de delimitar o que se desenvolveu realmente e de modificar a sequencia das atividades propostas;
- da avaliação, quando se trata de controlar os conhecimentos adquiridos pelo aluno.
b) Trabalhar a partir das representações do aluno: a escola não constroi a partir do zero, nem o aprendiz é uma tabula rasa; considarar o conhecimento do aluno, colocando-se no lugar do aprendiz, utilizando-se de uma competência didatica para dialogar com ele e fazer com que sua concepção se aproxime dos conhecimentos cientificos.
c) Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem: lembrar que aprender não é memorizar, mas reestruturar o sistema de compreensão de mundo; uso de uma situação-problema para a transposição de um obstáculo graças a uma aprendizagem inédita, considerando o erro como uma ferramenta para ensinar:
d) Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas para fazer com que se aprenda, mobilizar os alunos para compreender ou ter êxito, ou implantar dispositivos e sequencias centralizadas em aprendizagem:
e)Envolver o aluno em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento; tornar acessível e desajável sua própria relação com o saber e com a pesquisa, encarnar um modelo plausível de aprendiz. Suscitar, a partir de sua cumplicidade, paixão e solidariedade verosimil, a busca do conhecimento com seu aluno.
2 – Administrar a progressão das aprendizagens:
a) Conceber e administrar situações-problemas ajustadas ao nível e às possibilidades do aluno: organização de uma situação-problema em torno da resolução de um obstáculo pela classe, previamente identificado, num estudo de caráter concreto, como um enigma a ser resolvido, oferecendo resistência, propiciando reflexões, desafios intelectuais, conflitos sociocognitivos, ou seja, solicitar o aluno em sua zona de desenvolvimento proximal (Vygotsky, 1985)
b) Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino: dominio da totalidade de formação de um ciclo de aprendizagem, exigindo, também, o conhecimento das fases de desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente, para se articular, aprendizagem e desenvolvimento, em ciclos plurianuais, além do sentimento de responsabildidaad do professor pelo conjunto da formação do ensino fundamental.
c) Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem: o professor deve começar a ser capaz de inventar atividades e sequências didáticas a partir de objetivos visados.
d) Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem de acordo com uma abordagem formativa, observação continua da progressão das aprendizagens formativa, observação continua da progressão das aprendizagens, preenchendo uma função cumulativa, no intuito de ser formativa.
e) Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão: perguntar-se em que grupo e graças a quais atividades e a qual atendimento, o aluno teria mais chances de progredir.
f) Rumar a ciclos de aprendizagem: gerir os percursos em forte interação com os modelos de agrupamentos dos alunos e os dispositivos de ensino-aprendizagem.
3 – Conceber e fazer avoluir os dispositivos de diferenciação
a) Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma: dada a siuação-problema, dar prioridade às regulações interativas, com o propósito de grupos de necessidades, de projetos e não de homogeneidade.
b) Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto: organização da escola em ciclos plurianuais para faciliatar a cooperação e a geração de grupos multi-idades.
c) Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades: apropriação de saberes dos professores de apoio, tais como competências didáticas e capacidades para enfrentar resistencias, medos, regressões e demais mecanismos psíquicos em suas dimensões afetivas, cognitivas e relacionais; sem todavia, transformar-se num psicoterapeuta.
d) Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo: provocar as aprendizagem almejadas através de ações coletivas, com individuos autônomos e competentes para cooperarem e aceitarem, por uma preocupação com a eficácia, uma liderança funcional, privilegiando a eficacia didática em detrimento da eficacia da ação. Criar uma cultura de cooperação através de atitudes, como a cultura da solidariedade, da tolerânia, da reciprocidade e da prática do conselho de classe.
e) Construir duplamente: a competência individual constroi-se; não pode ser transmitida, mas treinada, nascendo da experiência e da reflexão e da reflexão sobre a experiência.
4 – Envolver o aluno em sua aprendizagem e em seu trabalho
a) Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação:
Como o desejo de saber não é uniforme, o professor deve ter em mente o que é ensinaar:
• Reforçar a decisão de aprender;
• Estimular o desejo de saber;
b) Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos: Instituir um espaço onde é possível gerir abertamente a distância entre o programa e o sentido que o aluno dá a seu trabalho, utilizando, por exemplo, os direitos imprescritivéis do aprendiz:
1 – O direito de não estar constantemente atento;
2 – O direito a seu foro intimo
3 – O direito de só aprender o que tem sentido
4 – O direito de não obedecer seis horas por dia
5 – O direito de se movimentar;
6 – O direito de não manter todas as promessas;
7 – O direito de não gostar da escola e de dize-lo;
8 – O direito de escolher com quem quer trabalhar;
9 – O direito de não cooperar para seu próprio processo
10 – O direito de existir como pessoa.
c) - Oferecer atividades opcionais de formação: diversificar as atividades, fazendo disto uma regra.
d) Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno: identificar os projetos pessoais existentes, valorizá-los e reforçá-los, incitando o aluno a realizá-lo, sem tornar isto um pré-requisito.
5 – Trabalhar em equipe
Dar a seus membros uma ampla autonomia de concepção ou de realização cada vez que não for indispensável dar-se as mãos...
a) Elaborar um projeto em equipe, representações comuns;
b) Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reunões;
c) Formar e renovar uma equipe pedagogica.
d) Enfrentar e analisar, em conjunto, situações complexas, práticas e problemas profissionais;
e) Administrar crises ou conflitos interpessoais
6 – Participar da administração da escola:
Convocar a comunidade escolar, sem esquecer a aprendizagem, para indiretamente ordenar espaços e experiências de formação, o que exige dominio de competencia por parte de todos os envolvidos.
a) Elaborar, negociar um projeto da instituição;
b) Administrar os recursos da escola;
c) Coordenadar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros;
d) Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos
e) Dominar competências pára trabalhar em ciclos de aprendizagem.
7 – Informar e envolver os pais
Envolver e informar os pais deveria passar por uma fonte de descentralização, para que, por trás destas formulações, não se escondam atitudes e valores calcados nas relações de poder, temores, exigindo uma análise, numa colocação de ser pai e aluno simultaneamente.
a) Dirigir reuniões de informaçao e de debates;
b) Fazer entrevistas;
c) Envolver os pais na construção dos saberes.

8 – Ultilizar novas tecnologias
A escola não pode ignorar o que se passa no mundo. As novas tecnologias da informação e da comunicação transformam as maneiras de se comunicar, de trabalhar, de decidir e de pensar. O professor necessita utilizar editores de textos, explorar as potencialidade didáticas dos programas em relação aos ojetivos do ensino, comunicar-se à distância por meio da telemática, utilizar as ferramentas multimidia no ensino, sem desconsiderar a questão de saber que formação em informatica deve dar aos alunos.
a) Discutir a questão: A informática na escola: uma disciplina como qualquer outra, um savoi-faire ou um simples meio de ensino?
b) Utilizar editores de texto;
c) Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino;
d) Comunicar-se a distância por meio da telemática;
e) Utilizar ferramentas multimidia no ensino;
f) Dominar competência fundamentadas em uma cultura tecnológica.

9 – Enfrentar oos deveres e os dilemas éticos da profissão
A escola deve criar situações que facilitem verdadeira aprendizagem, tomada de consciência, de construção de valores, de uma identidade moral e civica, coerente à formação de uma cidadania, não como algo futuro, mas para o presente.
a) Prevenir a violência na escola e fora dela;
b) Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnica e socais;
c) Participar da criação de regras de vida comum, referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciaçao da conduta;
d) Analizar a relação pedagogica, a autoridade e a comunicação em aula;
e) Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça;
f) Resolver dilemas e dominar competências.

10 – Administrar sua própria formação continua
Administrar, hoje, sua própria formação continua é administrar, mais do que escolher, com discernimento entre diversos cursos em um catálogo, a atualização por competências, adaptados a condições de trabalho em evolução.
a) Saber explicar as próprias práticas;
b) Estabelecer seu próprio balanço de competência e seu programa pessoal de formação continua;
c) Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede);
d) Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo;
e) Acolher a formação dos colegas participar dela;
f) Ser agente do sistema de formação continua.

Conclusão: A caminho de uma nova profissão?
a) Um exercício estranho:
Contribuir para o debate do contorno de um “novo oficio” pela linguagem das competências.
b) Duas profissões em uma?
Apreensão do moviento da profissão: competências existentes, ampliando a especialização graças à experiência “no próprio trabalho”.
c) Profissionallizar-se sozinho?
A profissionalização é uma transformação estrutural que ninguem pode dominar sozinho; não se deecreta, não sendo também, as simples somas de iniciativas individuais; deve ser estimuladas por politicas que digam respeito à formação dos professores. Mas todos podem contribuir para a evolução do oficio:
* centralizar-se nas competências a serem desenvolvidas no aluno e nas mais fecundas situações de aprendizagem;
* diferenciar seu ensino, praticando uma avaliação formativa, para lutar atividade contra a reprovação;
* desenvolver uma pedagogia ativa e cooperativa, fundamentada em projeto;
* entregar-se a uma ética explicita da relação pedagógica e ater-se a ela;
* entregar-se a uma ética explicita relação pedagógica e ater-se a ela;
* continuar sua formação, lendo participando das manifestações e reflexões pedagógicas;
* questionar-se, refletindo sobre sua prática, individualmente ou em grupo;
* participar na formação inicial dos futuros professores;
* trabalhar em equipe, relatar o que se faz, cooperar com os colegas;
* inserir-se num projeto de instituição ou uma rede;
* engajar-se nos procedimentos de inovação individuais ou coletivos.
Assim, a responsabilidade de uma formação continua por parte dos interessados é um dos mais seguros sinais de profissionalização do oficio docente.

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